O involuntário viajante de Elevador
Um dia, ao chegar ao escritório, após os “bons-dias” habituais e mais meia dúzia de palavrinhas, trocadas com a colega da recepção, aproveitando o momento para dar umas espreitadelas para o seu decote “generoso” e para, assim, despertar um pouco mais, uns minutos depois, sem mais nenhum pretexto para ali demorar a “estadia”, lá acabo por me decidir a carregar no botão do elevador, para o chamar até ao Rés-do-chão. Sim, para chamar o elevador, porque, apesar do escritório, ser composto apenas de dois pisos, aqui, estava um elevador, para os mais adversos ao exercício físico. Enquanto, este, vem e não vem, dou mais umas palavrinhas e, mais umas espreitadelas, a ver se ganho algum “suplementar” ânimo para o árduo e longo dia de trabalho, entretanto, para meu pesar, aí está o elevador. Abro a porta, lá dentro, está um colega. Dou os “bons-dias” e, desvio-me para lhe dar passagem, para ele sair, mas, este, retribui a saudação e, nada, fica lá dentro. Eu, já um bocado irritado, por estar ali a fazer figura de parvo, a segurar a porta, pergunto-lhe:
- Então Zé andas a passear de elevador? Não queres sair?
Ao que ele me responde:
- Quero, mas quero sair, lá em cima. Pois, quando ia a abrir a porta para sair, no 1º andar, tu, não me deste tempo e, chamaste o elevador, cá para baixo!
Por este pormenor, podemos aferir a rapidez do homem, ou então, não despertou o suficiente, ao passar, por aquele “despertador”, pelo decote da nossa colega, ali, da recepção. Indiferença que no seu caso, se a memória não me atraiçoa, seria uma coisa perfeitamente natural, tendo em conta a imagem favorável que tenho da sua própria esposa!