Conversa para boi dormir
Já tinha percebido que por vezes, junto do sexo oposto, o meu sucesso, ou insucesso, é tanto, principalmente no que se refere aos temas por mim escolhidos para conversa que, a dadas tantas, elas estão a abrir a boca, de sono, de tédio, ou de ambas as coisas, mas a expressão brasileira para isto, há poucos dias, creio, atingiu o seu auge comigo, ainda que com animais distintos.
- Mas eu não levo o cavalo para casa!
Disse-me, assim, do nada, alguém que me escutava, atentamente, achava eu, que ouvia a minha “dissertação” interessantíssima acerca de como íamos “despistar” a avaria no nosso bólide.
Juro a pés juntos, em momento algum, durante este monólogo profícuo, mencionei o dito animal e, muito menos, em se levar, alegremente, um exemplar desta espécie, para um 3º andar, num prédio, sem elevador. Uma tarefa complicada não? Logo a começar pela falta do dito, do animal, do cavalinho!
Nesta “não escuta”, talvez por motivos de uma boa soneca, por onde é que andou a minha suposta interlocutora?
Não sei. Mas alguém lhe ofereceu um cavalo, disso, não tenho grandes dúvidas.
A razão tem razões que se desconhecem. Talvez fosse o seu subconsciente a dizer que, o cavalito, é um meio de locomoção mais viável do que o bólide que está sempre a ameaçar avariar, não?
- O que é que eu acabei de dizer?
Acrescentou, depois, a minha companhia, nesta, profunda conversa, existente entre nós os dois.
Fica para os especialistas encontrarem a lógica disto!