É bom sabermos que não somos os únicos
Ficamos melhor quando descobrimos que não somos os únicos com algumas excentricidades, vulgo maluquices, como aquela minha, a de provar sempre um pouco da casca da laranja, tangerina ou afins, quando me preparo para comer algum desses citrinos. Ou aquela de miúdo, de esperar pacientemente, na cozinha, quando sabia que o acompanhamento da refeição ia ser batatas fritas, lá aguardava que aguardava que a minha mãe descascasse as mesmas, que as cortasse em palitos ou às rodelas e, depois lhes deitasse um pouco de sal por cima, para, enquanto iam e não iam para a fritadeira, eu (e a cúmplice da minha irmã) as íamos comendo mesmo assim, cruas e salgadas, creio até, que apesar de nos reprender, a nossa mãe já descascava umas tantas a mais a contar com isso!
Ontem, passou aqui por minha casa um amigo de longa data, tínhamos combinado sair, ir beber um café, pôr a conversa em dia, coscuvilhar, cortar na casaca, enfim, o passatempo preferido da maior parte de todos nós, embora não o admitamos, assim abertamente, contudo, também é certo e sabido de que muitos preferem mais aquela do tipo à janela bem ocultos pelas cortinas a coscuvilhar tudo o que se passa lá fora.
Bom, mas voltando ao ponto inicial, o que eu queria registar aqui, muito simplesmente, é que com essa visita constatei que, afinal não, não sou o único maluco, há mais e, se calhar muitos mais, cada um com a sua “mania”, ou mesmo mais que uma.
Então, como estava a aguardar uma entrega agendada para aquela altura, eu e o meu amigo não fomos à rua, desculpei-me e ofereci um café caseiro, o meu amigo aceitou, fui tirar o café e perguntei:
- Não queres açúcar pois não?
Já sabia que bebe o café sem açúcar.
- Não, obrigado, mas quero a colher na mesma.
E, assim, lá lhe servi a chávena de café, no respectivo pires e com a colher “exigida” e, lá observei o senhor a mexer o café com a colher, a mexer, a mexer, a misturar, no café, coisa nenhuma!