No melhor pano cai a nódoa
Existe este tipo de homem em todo o lado, pelo menos um em cada bairro, mas seguramente mais do que um, daqueles para quem o seu carrinho é tudo, mais até que a própria esposa. Temos que ter cuidado ao passar perto do seu “irradiante” bólide. Nem um espirro é tolerado.
Um dia alguém meu conhecido sai de casa e a meio do caminho dá por falta de uma chave, de uma chave de outra casa, de uma chave que ia entretanto precisar. Volta atrás. Tem a escadas até ao 3º andar pela frente. Estas assustam-na. Está cansada. Liga para a filha. Para esta atirar a chave pela janela. Cá em baixo, no passeio onde aguarda, ao lado, está um tipo daqueles já mencionados. Está ao lado do seu adorado carrinho. Um ofuscante M. Está com um ar feliz e com uma camurça na mão, ou lá como se chama aquele pano, o pano para puxar o lustro ao amor da sua vida. Quase de certeza demorou, no mínimo, 3 horas naquela tarefa. E lá vem a chave por ali abaixo. Ela olha para cima. O homenzinho, curioso, olha também. A chave cai, cai e, pimba, mesmo em cima do tejadilho daquele “brinco” de quatro rodas.
Não, não teve um ataque de coração, o dito senhor, mas imaginem as diversas cores que a sua cara adquiriu alternadamente. Por outro lado, alguém, acho eu, ficou sem pinga de sangue, claro!