O chinamarquês do português
Um certo dia, num final de tarde, lá no escritório, estávamos, eu e a minha colega, silenciosos, meio entretidos nos nossos afazeres, sentados em frente às nossas secretárias, uma ao lado da outra e, do gabinete ao lado, o do chefe, distraidamente, escutávamos a conversa telefónica em inglês, entre este e um alemão, um sócio da nossa Firma. No meio daquele som de fundo, o chefe, exclamou, um pouco mais alto:
- Isso é como diz o outro!
De forma automática, olhámos um para o outro, com o riso mal contido e, disse, baixinho a minha colega:
- O alemão deve ter mesmo percebido isto. deve ter sido chinamarquês para ele, não deve?
E pronto, foi uma explosão de gargalhadas, das gargalhadas mal contidas lá atrás. Saímos de passo apressado, mais propriamente quase a correr, do nosso gabinete, até à recepção, de modo a que pudéssemos “estancar” o riso mais à vontade. Pouco depois, voltámos, certinhos, de novo, ao nosso posto de trabalho. “Certinhos”, isso sim, achávamos nós. O que nos valeu foi que o “expediente” estava mesmo a terminar. Até ao final do dia, bastava, sem querer, olharmos um para o outro e, não conseguíamos conter uma grane gargalhada. Que dois miúdos graúdos!